Jesus na vida do jovem Léo:
"A coisa que mais me impressionou sempre em Jesus é o modo como Ele olha para as pessoas. Eu busquei como jovem que busca na droga, eu busquei respostas.
Na minha adolescência eu li muito. Eu li Marx com 15 anos, usava camiseta de Che Guevara, tinha orgulho em dizer que eu era revolucionário, o cabelo no ombro pra isso. Entrei no campo da dramaturgia: Mário Lago, José Vanderlei. Eu buscava!
Na música me apaixonei por John Lennon e tentei traduzir o “Imagine” do meu jeito. Mas quando eu tive a graça de ter esse contato mais íntimo com Jesus, a partir da Palavra, experimentar a Palavra, principalmente a primeira carta de São João, a minha vida mudou. Aí eu entendi o porquê não fui ser padre menino ou adolescente, pois eu tinha uma mágoa escondida de Deus... Eu não podia brigar com Ele, pois Ele era todo poderoso. Eu imaginava Deus enorme, gordão, com uma cara brava e com um balaio cheio de desgraça. Aí escolhia em quem Ele ia mandar a desgraça. Então a gente rezava para não pegar desgraça.
Quaresma era um tempo terrível, falava que o encardido estava solto. Eu cresci com essa mágoa. E só foi se desfazer lendo a Carta de São João. Deus é amor, hora, se Deus é amor não manda doença. O primeiro livro da Bíblia que li, foi o Apocalipse. Eu achei espetacular, eu lia fumando maconha e imaginava aquele bicho enorme com chifre, com aquele rabão.
Comecei a ler a Bíblia de trás para frente. Quando cheguei nos Evangelhos, aquilo mexeu comigo, fiquei apaixonado por aquelas passagens: a Samaritana, o filho pródigo, Zaqueu...
Fui percebendo que Jesus é aquele que nos enxerga além do que nós somos e que nos devolve a dignidade que vamos perdendo.
A outra idéia que me veio. Eu era catequista. Estávamos na Semana Santa e falei que estávamos num buraco e Jesus desceu do céu (falava pra criança) e entrou lá dentro do buraco para nos salvar. E quando cheguei à escola uma aluna disse que Jesus poderia jogar uma corda e ir tirando um a um.
Fui entendendo que de fato, Jesus nos salva entrando em nossa vida, agindo em nossa história, através de pessoas, de acontecimentos. Hoje eu sei, é dogma de nossa fé, a Dei Verbum. Não tenho dúvida, um dia, Jesus vai trazer à tona o nosso melhor. Jesus é aquele que traz à tona o nosso melhor. Através dos acontecimentos, Ele vai nos mostrando que Ele chama a essa grandeza de Deus. Sem Jesus não vamos descobrir".
Somos chamados a ser sinais de Deus em nossa sociedade. Depois do encontro com a verdade de Jesus, que se encontra na Palavra, a vida do jovem Léo se transformou. A partir daí foi risos e lágrimas, luzes e trevas, decepções, alegrias e tristezas. Essa é a estrada do amadurecimento.
Mergulhou numa realidade com muitos desafios, e nesse emaranhado de situações, cada vez mais apaixonado por Jesus, queria servi-lo, e esse desejo traduziu-se no amor pelos irmãos.
Padre Léo, movido por uma fé inabalável, teve a coragem de se comprometer, abandonar seus projetos e seguir os de Jesus. Assim, iluminado por Deus, se consagra a uma vida de amor e dedicação ao próximo. Com fidelidade ao Senhor lutou para a construção de um mundo novo.
Essa é a batalha de todo cristão.
(texto: participação do padre Léo no programa: "Pra Lá de Bom"- RS 21- 2004)
http://www.padreleoeterno.com/2014/03/a-experiencia-do-amor-de-deus.html